sábado, 23 de junho de 2012

O que levarás deste mundo?

E eu olhei ao redor, e ví morte para todo o lado,
E tudo que as pessoas tinham,
Todas as suas riquezas,
Viraram uma pintura,
Um pútrido lamento da matéria!

Vais perceber,
Que o que se leva da vida, é apenas a morte,
E de nada vale o que tens,
E o que não tens,
De nada lhe faz falta,

Se não extrair sabedoria deste mundo,
Se sua mente não for preenchida com as mais belas confabulações,
Palavras doces e pensamentos puros,
Se seus lábios não proclamam os segredos da existência,

Perceberás que não entendeu a piada,
Perdeu o final da história,
Foi alinhado, aliado - contudo alienado!
Viveu a vida, esquecendo que ela não acaba com a morte,

A morte é o passaporte, para uma realidade muito maior!

O que levarás deste mundo?


(Sotnas Bentsion)

Milagres

Ora, quem acha que um milagre é alguma coisa de especial?
Por mim, de nada sei que não sejam milagres:

[...] Cada momento de luz ou de treva
é para mim um milagre,
milagre cada polegada cúbica de espaço,
cada metro quadrado da superfície da terra
por milagre se estende, cada pé
do interior está apinhado de milagres.

O mar é para mim um milagre sem fim:
os peixes nadando, as pedras,
o movimento das ondas,
os navios que vão com homens dentro
— existirão milagres mais estranhos?

(Walt Whitman)