segunda-feira, 2 de julho de 2012

O demônio a pagar

"Escrevo-lhe,
Oh comensal amado,
Ainda com o gosto do vinho que bebíamos,
Nas noites frias de um Inferno quente,

Sinto falta da penumbra, das conversas insanas,
Das piadas cortantes,
Da mortalha cinzenta dos cigarros,

Das orgias e encontros funestos!
Sinto falta das blasfêmias (Tenho novas, e anseio por falar-lhe)

Tenho passado por dias tumultuados!
Tu sabes que estamos no "Grand Finale"
As cortinas estão perto de se fecharem, meu amado,
E o ultimo ato será meu! O fechamento desse teatro eterno!

Tenho, contudo, mas uma missão para ti, amado meu!
Trata-se da ultima leva de humanos,
Que viveram suas vidas como embriões,
Antes nem tivessem nascido.

Em nada aplicaram a inteligência que receberam,
E a vida para eles foi como um disco arranhado,

Corroídos pela religião e a falta de sabedoria,
Sendo donos de tudo, viveram como se nada tivessem - Por serem terrenos!
Busque-os meu amado comensal,

Eles ainda têm,
O Demônio a pagar!"

(Sotnas Bentsion)

sábado, 23 de junho de 2012

O que levarás deste mundo?

E eu olhei ao redor, e ví morte para todo o lado,
E tudo que as pessoas tinham,
Todas as suas riquezas,
Viraram uma pintura,
Um pútrido lamento da matéria!

Vais perceber,
Que o que se leva da vida, é apenas a morte,
E de nada vale o que tens,
E o que não tens,
De nada lhe faz falta,

Se não extrair sabedoria deste mundo,
Se sua mente não for preenchida com as mais belas confabulações,
Palavras doces e pensamentos puros,
Se seus lábios não proclamam os segredos da existência,

Perceberás que não entendeu a piada,
Perdeu o final da história,
Foi alinhado, aliado - contudo alienado!
Viveu a vida, esquecendo que ela não acaba com a morte,

A morte é o passaporte, para uma realidade muito maior!

O que levarás deste mundo?


(Sotnas Bentsion)

Milagres

Ora, quem acha que um milagre é alguma coisa de especial?
Por mim, de nada sei que não sejam milagres:

[...] Cada momento de luz ou de treva
é para mim um milagre,
milagre cada polegada cúbica de espaço,
cada metro quadrado da superfície da terra
por milagre se estende, cada pé
do interior está apinhado de milagres.

O mar é para mim um milagre sem fim:
os peixes nadando, as pedras,
o movimento das ondas,
os navios que vão com homens dentro
— existirão milagres mais estranhos?

(Walt Whitman)

domingo, 29 de abril de 2012

O que ainda me falta? (Alguns axiomas indeléveis)


Esta pergunta que lateja em mim,
Faz-me meditar – Lembrar o inesquecível.
Axiomas indeléveis repousam em mim.
Latentes verdades que emergem com o despertar da alma.

Maravilha da Criação – Parte I

Descobri olhando ao redor,
Que todos os átomos formam juntos todas as coisas,
Somos feitos de infinitos deles,
E todos eles juntos – Quase nada são!

Uma mente Universal criou cada um deles,
E em cada um há um pedaço desse Ser!
O Todo está em tudo – E no nada ao mesmo tempo!
E as coisas parecem pequenos brinquedos na mente do Todo,

E os pássaros cantam para Ele,
E as plantas dançam sua música,
E os animais obedecem suas primícias,
E o tempo segue o efeito de suas leis.
E o simples fato de existir é por demais maravilhoso!
Somos tudo no Todo,
Somo cada um – Um universo!

Sabendo disso - O Que ainda me falta?

O Desígnio – Parte II

Vivo por algo, e algo me faz viver,
Mas do que reações bioquímicas,
Sou uma alma e sempre existi!
E meu nascimento físico é a passagem de férias da Eternidade!

Do pó vim, para o pó retornarei.
Da Eternidade vim e de lá não mais sairei!

Minha alma sabe de todas as coisas que se pode saber!
Contudo vive em um corpo imbecil,
As vezes fortemente regida por ele.
Deixamos o terreno reinar no celeste.

Estou aqui por um desígnio – E vivo para cumpri-lo.
Mesmo nesse veículo falho,
O Eterno me preparou um caminho!
Vivo para Ele, pois ele é o meu Todo,

Sabendo disso - O Que ainda me falta?

O Gênero e o nascimento – Parte III

Aprendi com um sábio egípcio,
Que existem dois gêneros – Masculino e feminino,
A exemplo, os anjos não possuem nenhum deles,
E o Todo é o único que possui ambos os gêneros!

Por isso ele criou todas as coisas!
Tendo tudo, desejou dividir com o homem,
dividiu seu ser ao meio e criou o homem,
E do homem fez a mulher.
Ambos juntos experimentam a essência Dele,
E podem criar também!
E geram algo que é mais valioso do que qualquer outra coisa,
Uma nova vida, uma nova alma!
Entendo o milagre do meu nascimento!
E fico maravilhado com o simples fato de ter nascido!

Sabendo disso - O Que ainda me falta?

A morte – Parte IV

Descobri com os poetas e filósofos,
Que não há nada na vida, mais belo que a morte.
A morte é a passagem do temporal, para o atemporal.
E o sair da caverna - A luz que se acende!
Sentimos a falta dos que se vão, choramos muito!
Mas se compreendêssemos a morte!
Seríamos jubilosos de alegria mediante seu significado!

Sabendo disso - O Que ainda me falta?

O Amor – Parte Final

Descobri que o Todo é composto de amor.
E Dele emana uma fonte infinita deste sublime sentimento.
E todos são amados por Ele!
Mesmo os débeis, deficientes, sábios, loucos, missionários e estupradores!
O Amor atinge a todos!
Quem entende esse amor, se liberta de suas mazelas!
Quem ama, experimenta das virtudes do Todo,
E nossa alma se alimenta de amor!
Houve um dia em que decidi “viver pelo amor”
E desde então, recebi todos estes axiomas!
O amor é simplesmente tudo!

Mas a pergunta ainda insiste…
Sabendo de todas essas coisas,
O Que ainda me falta?

domingo, 18 de março de 2012

O que temos?

 

Conte suas conquistas de mar e terras,

Amontoe seu ouro, e ajunte-o como bem quiser,

Mas – tudo quanto você puder reter em sua mão morta

Será aquilo que você tiver doado aos outros.

(E.M. Poteat)

Reservado

 

"Nessa guerra
Todas suas feridas serão minhas
Sua vitória, minha salvação
Para você eu estou pronto
Para perder minha mente
Minha morte é sua ressurreição"

(Seclusion; Penumbra)

sábado, 17 de março de 2012

O Amor

 

Aquele que elimina o amor,
Por sua vez será eliminado do amor,
E no limiar do amor,
Jazem os uivos dados em meio ás trevas

(Alfred Lord Tennyson)

sábado, 25 de fevereiro de 2012

O Que se pode extrair do mau?

Como uma criança Teimosa,
Que insiste em não aprender a lição,
Assim sou eu!

Quanto mais os anos passam,
Sinto-me mais maduro,
Minha audácia porem revela,
Talvez seja imaturo,
Pré-maturo – Que ainda precisa nascer.

Deixo me abater facilmente e pequenas pedras me derrubam,
Confio demasiadamente em alguns,
E pouco em mim!

Falta-me extrair sabedoria das coisas,
Estar certo que estou sendo lapidado por elas,
Sei o quanto isso me faz crescer,
Mas a criança em mim Insiste - se possível for:
‘Afasta de mim esse cálice’

(Sotnas Bentsion)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O ser Imortal que vive em mim!


Os séculos se passaram mais rápido,
Do que pude perceber em meus vinte e poucos anos.

Conheço cada homem,
E cada mulher a ele destinada,
A prole dos que assim ousaram ter,
Inclusive os não são nascidos – ainda.

Conheço cada história,
Acompanhei a moda, e me visto de meus devaneios.
Vi a música ser lapidada e deturpada.
Li todos os livros, e falo a quem quiser saber.
De minhas prosopopeias, os mortos já se cansaram.

Não te assustes!
Sou mais que células, tecidos e sistemas.
Minha mente é mais que um cérebro.
Que pode ser tragado em um acidente.

Meu dilema, enquanto pobre corpo,
É aguçar meus ouvidos,
E conseguir ouvir esse ser imortal que vive em mim!

(Sotnas)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Florais


Parte I
Tu já eras para mim realidade
mas só como folhas soltas no tempo
ou o odor campestre de alguma flor
agora chamo-te Deus
sem portas
nem idade.

Parte II
Cada flor é uma vida
desabrochando esperanças incontidas
na seiva capilar
das esperas abertas
ainda que não passem
de simples partidas.
 
Parte III
Quando o sol não brilha
os nossos olhos contemplam-se
de sombras
recolhem-se as aves
à uma
a esta nossa garganta
e as flores continuam à espera
como almas amadurecidas
caídas
à deriva
perdidas pelo chão fora


Parte IV
Que cantem
cantem sempre as aves
cheias de graça
flores de papel
garridas
temperando este sono
de esquinas e vidraça.


Parte V
Que cantem
cantem sempre as aves
cheias de graça
flores de papel
garridas
temperando este sono
de esquinas e vidraça.



(Brissos Lino)

Teologia


Oxalá carne e sangue fossem tão baratos,
Que os homens zombassem e cortassem uns aos outros,
Com línguas ferrinas, por causa de...
TEOLOGIA

(Russell Norman Champlin)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Mero Mortal

 
Há muito tive um sonho,
Dei-me o direito de alimentá-lo.
Se possível fosse;
(pois sei que não é possível)
Abandonaria TUDO,
Tornar-me-ia um humano,
Mero mortal.

Beberia do cálice,
Experimentaria da dor, o sangue a escorrer pelos lábios;
Mergulharia em lágrimas,
Mas talvez gargalhasse de uma piada sem graça,
Apaixonar-me-ia!
Sentiria calafrios por alguém!

Ajudaria um mendigo,
Tocaria saxofone em uma banda de Jazz,
Subiria em uma árvore,
Mergulharia no rio, ou beberia a água salgada do mar!

Todas essas coisas eu faria,
Se possível fosse,
(pois sei que não é possível)
Em um único dia,
Pois me permitiria o luxo de ser mortal apenas por um dia,
Ser humano, todos os dias – É demais pra mim!
(Sotnas)

Salvos pelo fogo



A ignorância é tão aconchegante,
Os seduzidos por ela, de tão extasiados,
Tornam-se estáticos!

Decorar versos chaves, promulgar isso ou aquilo,
Carregar um livro sagrado, ou vestir-se bem,
Ou ainda frequentar o templo, e ser dócil;
Em nada acrescentará na erudição da sua alma!

Achas que “Salvação” é se livrar do inferno?
Se crer, serás salvo!

Mas aviso, ser salvo por fugir do fogo,
Meio que chamuscado,
Faz do salvo, um mero sobrevivente.

O propósito da salvação e o crescimento da alma,
A sabedoria do amor,
A busca incessável pelo conhecimento,
Isso lhe conferirá muita labuta!

Se vivêssemos pensando no que vamos ser quando lá chegarmos,
De certo,
Pelo fogo, não seriámos Salvos,
Mas sim - refinados!
(Sotnas)

Anda comigo


Anda comigo, vou falar de Esperança
Da vida que ainda agora principia,
Perde essa amarga e vã desconfiança
Toma a minha mão de amigo, e confia.

Anda comigo, eu sei das tuas dores
Sou mais poeta sendo teu irmão.
Nesta densa floresta cravada de flores,
O trabalho e o suor são o mesmo pão.

Anda comigo além na clareira,
Há uma fonte para matar a sede,
A água é pura, livre não se mede.
E corre de graça para quem a queira.
(Antonio Jesus batalha)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A prece vespertina


De todas as minhas pobres derrotas e oh! de muito mais eu sei,
De todas as vitórias que aparentemente conquistei,
Da sagacidade que em teu favor demonstrar consegui,
À qual, enquanto pranteiam anjos, o auditório ri;
De todos os meus esforços, para a tua divindade provar,
Tu, que não concedeste um sinal, vem me livrar.

Pensamentos como moedas são. Que eu não confie, em lugar
De confiar em Ti, na imagem gasta de tua face neles a brilhar.
Dos pensamentos todos, até os que de acerca de Ti venha a ter,

Ó tu, Belo Silêncio, cai e vem libertar meu ser.
Do fundo da agulha e da estreita porta o Senhor,
Livrar-me vem do vão saber para a morte não ser meu penhor.
(C.S. Lewis)

A Fonte

 Trecho da letra da música A fonte - Legião Urbana

Ao lado do cipreste branco
À esquerda da entrada do inferno
Está a fonte do esquecimento
Vou mais além,não bebo dessa água
Chego ao lago da memória
Que tem água pura e fresca
E digo aos guardiões da entrada
"Sou filho da Terra e do Céu"
Dai-me de beber, que tenho uma sede sem fim
Olhe nos meus olhos, sou o homem-tocha
Me tira essa vergonha, me liberta dessa culpa
Me arranca esse ódio, me livra desse medo
Olhe nos meus olhos, sou o homem-tocha
E esta é uma canção de amor
E esta é uma canção de amor

(Renato Russo)

Perfeição

[dificilmente] se vê uma letra tão profunda no meio Gospel, cheia de significância! Renato Russo recebeu uma iluminação Divina nessa letra!

sábado, 28 de janeiro de 2012


Senhor como pudeste não aplacar a tua ira para tamanho pecado, Mediante a visão do homem foi deprimente,
E pude ver pouco, a considerar o seu caso,
e trazer pela fé todas as coisas para ele?
O que faz meu corpo atravessar a poeira?
A Fé cliva, contando todos os grãos,
Com uma confiança exata e mais particular,
Renovando toda a carne novamente.
(Geoge Herbert)

Vem me socorrer


Belíssima canção, de um altíssimo nível!


Monte Castelo

 

 

Pela Primeira vez Publicando um vídeo no meu blog, mas é porque de fato é uma poesia cantada, de Luiz Vaz de Camões, em cima de 1º Corintos 13 e musicalizada pela Legião Urbana,
Vale a pena conferir!

 

Monte Castelo – Legião Urbana

O mar


Começa aqui o mar que não termina senão onde o mundo termina.
Onde estamos, podemos saber onde chegará a próxima maré alta,
Acima destas ondas que faíscam.
Deveriámos saber aquilo que o homem nunca pode conhecer,
Nem o olho humano jamais divisou…

(Algernon Charles Swinburne)

A verdade imortal


Pobre fragmentos desta humilde terra,
Tais que, como no sono, difcilmente consolam
Uma alma que já provou da verdade imortal.

(John Keble)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Et dodim


Belíssima musica hebraica! compartilho!

Et dodim kala
boi l' gani
harpa hagefen
henetsu a rimonim.

(Tradução)

vem, oh meu amado!
vejamos se florescem as videiras
se estao abertas as suas flores
e se as romãs já estao em flor
ali te darei o meu amor!

(Hino tradicional Judaico)

sábado, 21 de janeiro de 2012

Doce Paradoxo que revela o conciso!


Na imensidão infindável de um átomo,
Ou no universo insignificantemente pequeno.

Na Eternidade Instantânea,
Ou no segundo que parece querer perdurar.

No sublime olhar de uma criança recém nascida que parece querer engolir o Mundo.
Ou no olhar assassino de uma criança malvada,

Na serena paz viajante nas veias de um narcótico.

Nas maravilhas como a mais bela cicatriz – Exposta!
Ou na podridão que está bem ao lado.

Nas mais doces palavras do Filósofo de sabedoria insana!
Ou nas palavras sem nenhum sentido de um leigo, ou de um débil!

Revela-se um amor que não é exclusivo,
Mas emana de uma fonte Eterna,
Atinge a todos! Embora poucos sejam sensíveis!
Quem entender esse amor,
Encontrará o maior dos Tesouros!
(Sotnas Bentsion)

Pobres Essênios

Tu que achas que possui méritos,
Ou mesmo deméritos,
Que possam influenciar na destinação de sua alma,
Por que não te sacrificas no lugar de Jesus?
Talvez se sinta bom o suficiente.


Essênio! É o que fazes de ti mesmo!
Sua busca torpe pela santificação,
Nada mais é que uma auto-justificação.
Te torna mais pecador,
Quanto ao que criticas!


Santidade não se compara!


GRAÇA IMERECIDA!
Dom gratuito, irresistível em pura essência.
Atinge segundo a benevolência Divina,
Amor expresso em sacrifício,
Que naturalmente purifica.


O Que passa disso, é essência pobre de Essênio!
(Sotnas Bentsion)