terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Florais


Parte I
Tu já eras para mim realidade
mas só como folhas soltas no tempo
ou o odor campestre de alguma flor
agora chamo-te Deus
sem portas
nem idade.

Parte II
Cada flor é uma vida
desabrochando esperanças incontidas
na seiva capilar
das esperas abertas
ainda que não passem
de simples partidas.
 
Parte III
Quando o sol não brilha
os nossos olhos contemplam-se
de sombras
recolhem-se as aves
à uma
a esta nossa garganta
e as flores continuam à espera
como almas amadurecidas
caídas
à deriva
perdidas pelo chão fora


Parte IV
Que cantem
cantem sempre as aves
cheias de graça
flores de papel
garridas
temperando este sono
de esquinas e vidraça.


Parte V
Que cantem
cantem sempre as aves
cheias de graça
flores de papel
garridas
temperando este sono
de esquinas e vidraça.



(Brissos Lino)

Nenhum comentário:

Postar um comentário